Máscaras dos tempos modernos

07-04-2020
Escondemos o que mais no distingue debaixo de uma máscara.


Olhamo-nos de forma sobranceira.

Fingimos hoje, mais do que nunca, não conhecer aqueles a quem dizíamos sorridentemente "Bom dia" quando vivíamos tempos mais áureos, no que à saúde diz respeito.

A simpatia parece ter passado de moda com a instituição do estado de emergência e o medo (sempre o medo), parece não querer que sejamos seres sociais.

Já não nos abraçamos "como se abraça o tempo" porque o tempo nos foi afastando, dificultando o abraço e esfriando as relações.

Já não roubamos, nos umbrais, os "beijos imperfeitos" que só o eram porque somos demasiado exigentes na escala da perfeição.

Ninguém sairá indiferente desta pandemia.

A socialização está em risco e não são as inúmeras formas digitais de nos vermos e ouvirmos que vão conseguir fazer com que as relações se mantenham como antes.

Não é pessimismo (mesmo sabendo que um pessimista nunca se desilude), também não é falta de otimismo (pois é o otimismo o que nos suporta), é sim, a forma de ver a sociedade numa das épocas mais negras da história moderna.

Agora é uma máscara que esconde o nosso sorriso, assumindo o olhar a designação que sempre lhe deram - o espelho da alma.

Hoje sorrimos com o olhar.

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