A Quinta da Senhora do Monte

18-08-2018

A atividade agrícola tem perdido, ao longo dos anos, parte significa da sua força. No entanto, na região demarcada dos Vinhos Verdes, a agricultura, muito por força da atividade vinícola, ainda tem um peso considerável no quadro das atividades económicas dos municípios que integram esta área.

A Região Demarcada dos Vinhos Verdes é a maior região do género em Portugal e uma das maiores da Europa. Teve a sua origem a 18 de setembro de 1908 e alonga-se por todo o noroeste do país, tradicionalmente conhecido como Entre-Douro-e-Minho. Tem como limites a Norte o rio Minho, a Sul o rio Douro e as Serras da Freita, Arada e Montemuro, a Este as serras da Peneda, Gerês, Cabreira e Marão e a Oeste o Oceano Atlântico.

Em Arouca existem à data algumas marcas de vinho verde, de onde se destaca, pelos seus 24 anos, 173 de produção de vinho, a Quinta de Senhora do Monte.

A vinha, localizada na freguesia de Santa Eulália, distribui-se por 2 hectares a cerca de 650 metros de altitude, onde a Família Vilar edificou a sua casa em 1845, no lugar de Santa Maria do Monte, sendo que os vinhos resultam de um projeto desta família, mais precisamente de Vitorino Brandão Pereira Vilar que dedicou parte da sua vida à produção vinícola, cultivando com saber e experiência, mas sobretudo com amor, as castas Loureiro, Trajadura, Padernã, Vinhão e Espadeiro que dão cor e sabor aos vinhos branco e tinto desta marca.

Vitorino Vilar, de 86 anos é natural da freguesia de Santa Eulália e é o sexto de dez irmãos. Casou com Dolores Pereira, de 84 anos e da sua união resultaram 4 filhos e 4 netos.

É na Quinta da Senhora do Monte que Vitorino Vilar e a sua família tratam de todo o processo de produção do vinho, sendo um trabalho, cujas etapas se distribuem ao longo do ano. Tratando-se de uma atividade cíclica, considera-se o começo na poda que se inicia após a queda da folha e da verificação do estado de amadurecimento do bago. Com a chegada da primavera, surgem os primeiros cachos e a floração da vinha. A fase seguinte designa-se por "alimpa" que é a limpeza, desbaste das folhas e ramos supérfluos. Antes da chegada do Verão os cachos já se encontram "fechados" e segue-se a fase da "pintura" dos cachos, que depois desta, ficam a maturar.

As vindimas na Quinta da Senhora do Monte têm início nos primeiros dias de Outubro, sempre a seguir à Feira das Colheitas. A apanha da uva é feita de forma manual e num ano bom, no que respeita à quantidade/qualidade do fruto, a produção ronda os 25 mil litros de vinho.

Uma parte do resultado da produção é distribuída no mercado local, nomeadamente, na restauração, na Casa do Pão-de-Ló de Arouca e nos estabelecimentos associados, ou sob a tutela da Associação Geoparque Arouca, da qual a Quinta Senhora do Monte também é associada.

A outra parte da produção é absorvida pela Garrafeira de Fátima que comercializa na região em que opera e exporta para alguns Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP), particularmente, Cabo Verde, Angola e Moçambique.

Desde 2009, ano em se realizou pela primeira vez o concurso "O Vinho Verde de Arouca" que a Quinta da Senhora do Monte é presença assídua. Este evento é promovido pela Câmara Municipal de Arouca no contexto da Feira das Colheitas e pretende, segundo a organização, «promover o vinho verde como produto regional de importante valor económico, cultural e turístico; dar a conhecer e apresentar ao público os vinhos verdes do concelho de Arouca; contribuir para a expansão da cultura do vinho e do enoturismo regional e fomentar o aparecimento de novos produtores do sector vitivinícola».

Na primeira edição deste concurso, esta marca registada arrecadou o primeiro prémio "Colheitas de Ouro" na categoria de vinho branco e o segundo lugar "Colheitas de Prata" no vinho tinto.

Os prémios têm-se multiplicado ao longo dos anos, já tendo conquistado o primeiro lugar em ambas as categorias.

Embora o pedido de registo da marca "Quinta Senhora do Monte" se tenha realizado em fevereiro de 1988, só em 1994 é que este foi atribuído. Desde então a marca foi trilhando o seu próprio caminho e se na gíria se diz que "no vinho está a verdade", a verdade é que o segredo desta marca para o sucesso é o amor e a união que sempre imprimiu em cada bago, em cada cacho e em cada metro de vinha.

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